Sétimo Ano A
Sétimo Ano A

 

REFERENCIAL CURRICULAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Rede Estadual de Ensino

ENSINO FUNDAMENTAL

HISTÓRIA

7º ANO

 


Quarto Bimestre

 

 

Aula Programada para dia 10 de Novembro de 2011. (Anotar respostas no caderno).

Exercícios – Escravidão no Brasil

Exercício 1: (UFSC 2010)

Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino.

(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)

Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar que:

1)

eram chamados quilombos os espaços determinados para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na estrutura produtiva dos engenhos de açúcar.

2)

o dia da consciência negra celebra a assinatura da Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos.

4)

aos escravos só restava a rebeldia como forma de reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e até do suicídio. Não havia qualquer forma de negociação com vistas a melhores condições de vida por parte dos negros.

8)

o Quilombo dos Palmares, organizado no interior do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais importante do período colonial e foi liderado por Zumbi.

16)

no continente africano os vários povos estavam divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses povos foi uma forma de resistirem à escravidão e não serem transformados em mercadoria.

32)

a Constituição de 1988 afirma que “cabe aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras o reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos definitivos”. Este artigo da Constituição solucionou a “questão quilombola” no Brasil.

64)

através das obras do pintor e desenhista alemão Johan Moritz Rugendas, é possível conhecer aspectos do cotidiano da escravidão. Ele aqui esteve no século XIX e deixou preciosa fonte iconográfica sobre a vida no Brasil.


Exercício 2: (PUC-RIO 2009)

Sobre as características da sociedade escravista colonial da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a.

A)

O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização dos índios – denominados “negros da terra” – como mão-de-obra.

B)

Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.

C)

A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa.

D)

Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”.

E)

Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”.


Exercício 3: (FUVEST 2009)

Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)

Com base no texto, considere as afirmações abaixo:

I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.

II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.

III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.

IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.

V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.

São corretas apenas as afirmações:

A)

I, II e IV

B)

I, III e V

C)

I, IV e V

D)

II, III e IV

E)

III, IV e V


Exercício 4: (PUC-RIO 2007)

http://www.infoescola.com/files/2010/05/exec20his.jpg

Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade brasileira, durante o século XIX.

Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento acerca da escravidão, assinale a única opção que NÃO apresenta uma característica correta.

A)

Os escravos especializados em algum ofício usufruíam de melhores condições de trabalho; viviam, nas cidades, como homens livres, e evitavam fugas ou revoltas.

B)

O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer critérios de distinção entre trabalhadores libertos (forros) e escravos.

C)

A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no Brasil, distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado, trazido pelo tráfico.

D)

As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria, em áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos de matizes raciais.

E)

As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos proprietários como a perda de um bem constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela captura.


Exercício 5: (UDESC 2009)

Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha . Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31)

Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma:

I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.

II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo , mesmo dentro do sistema escravista.

III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinqüência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social.

IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.

V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações.

Assinale a alternativa correta.

A)

Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

B)

Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

C)

Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.

D)

Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.

E)

Todas as afirmativas são verdadeiras.


Exercício 6: (FUVEST 2009)

O Brasil ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa situação. Com relação a tal modalidade de exploração do ser humano, analise as afirmações abaixo.

I. As relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles.

II. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho envolvem condições insalubres e extenuantes.

III. A persistência do trabalho escravo ou semi-escravo no Brasil, não obstante a legislação que o proíbe, explicase pela intensa competitividade do mercado globalizado.

Está correto o que se afirma em:

A)

I, somente.

B)

II, somente.

C)

I e II, somente.

D)

II e III, somente.

E)

I, II e III.


Exercício 7: (ADVISE 2009)

A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?

A)

A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era muito pequena.

B)

Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame escravidão.

C)

O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase quarenta anos (1850-1888).

D)

Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo.

E)

Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam a sua liberdade.


Exercício 8: (UFPB 2008)

O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão.

“O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma má­quina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.”

(Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a in­crível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112).

Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar:

A)

As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850.  Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico inter­continental e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões.

B)

A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café.

C)

A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos.

D)

Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras.

E)

Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino.


Exercício 9: (UFSC 2011)

A Anti-Slavery Internacional, organização não-governamental que atua no combate à escravidão no mundo contemporâneo, considerava que cerca de 25 milhões de pessoas eram vítimas do trabalho escravo em 2003. Dentre essas pessoas haveria trabalho infantil, exploração sexual e trabalhadores escravizados por dívida. Nesse mesmo ano, conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT), aproximadamente 25 mil pessoas estariam vivendo nessas condições no Brasil.

CATELLI JUNIOR, Roberto. História – Texto e Contexto. São Paulo: Editora Scipione, 2007. p. 268.

Sobre o tema escravidão, é CORRETO afirmar que:

1)

a partir de 1888, com a Lei Áurea, foram criadas condições especiais para que os libertos pudessem ingressar no mercado de trabalho, especialmente no meio rural com a distribuição de terra a ex-escravos.

2)

dada à tradição de liberdade, a população indígena no Brasil nunca pode ser submetida à escravidão, optando-se, então, pela compra de negros da África.

4)

no Brasil do século XXI ainda existem pessoas que vivem em condições de escravidão, tanto em grandes fazendas quanto no meio urbano.

8)

em função das políticas de inclusão adotadas no Brasil nos últimos anos, as diferenças salariais desapareceram quando comparados os salários entre brancos e negros.

16)

hoje, a escravidão existente se relaciona diretamente a preconceitos étnicos e de cor, não tendo nenhuma relação com as condições sociais e a distribuição de renda.

32)

conflitos entre as várias tribos no continente africano fizeram com que negros escravizassem outros negros, vendendo-os como mercadorias.

 



CONTEÚDO DIVERSIFICADA:


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4º BIMESTRE

O encontro de três mundos

Negros no Brasil colônia (lutas e resistências);

Apresentação dos espanhóis na região do atual Mato Grosso do Sul no período colonial (relevâncias das Missões do Itatim no processo de ocupação e povoamento do Mato Grosso)

História dos povos indígenas do Mato Grosso do sul – formação do povo, cultura, economia, sociedade e organização política


3º BIMESTRE

O encontro de três mundos

 

COLONIZAÇÃO AMÉRICA

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(?)INDIOS
(?)BRASIL
(?)AMÉRICA
(?)TUPIS
(?)TUPINAMBÁS
(?)AIMORÉS
(?)TAPUIAS
(?)GUARANIS
(?)EUROPEUS
(?)COLÔNIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem eram os índios?
Sabe-se que a América já era habitada há cerca de 10 à 13 mil de anos. Existem indícios, como fogueiras pré-históricas, que especialistas acreditam remontar à cerca de 40 mil anos, mas esta datação ainda não é muito aceita. De qualquer maneira, é certo que a cultura indígena já se desenvolvia por aqui milhares de anos antes de Cabral chegar com a sua esquadra.
A ocupação populacional ocorria em toda a extensão do atual território brasileiro. Por volta de 700-900 a.C., o litoral brasileiro era habitado por diversos grupos indígenas. Daí em diante, as migrações tupi-guaranis levaram à expulsão desses grupos para o sertão. Alguns deles ainda permaneceram no litoral, como os charruas, no Rio Grande do Sul, os aimorés (botocudos), na Bahia e os tremembés, entre o litoral do Ceará e o Maranhão. Esses grupos, juntamente com os que foram expulsos para o sertão, ficaram genericamente conhecidos como “tapuias”. A permanência dessas nações “tapuias” no litoral era uma exceção, pois do estuário do Amazonas até o Rio Grande do Sul predominou a presença dos tupi-guaranis, que era um conjunto de nações que falavam a línguas do tronco tupi, que foram aprendidas com certa facilidade pelos portugueses. Prováveis rotas seguidas pelas migrações tupinambá e guarani Ìndios e índios Não levou muito tempo para os portugueses perceberem que havia diferenças entre os vários índios que habitavam o litoral. Cronistas, como Fernão Cardim, por exemplo, observaram que a maioria dos tapuias usava o tacape como arma, em vez do arco e fecha, além de não conhecerem a agricultura e não praticarem a antropofagia, embora fossem muito hábeis em táticas de lutas e emboscadas. Você já percebeu que muita gente pensa que todos os índios do Brasil falam o tupi? Essa ideia, ou como diz o antropólogo Júlio Cezar Melatti, essa “supervalorização da língua e dos índios Tupi diante dos demais indígenas do Brasil”, remonta ao tempo que os primeiros portugueses, ao chegarem, depararem com o litoral quase todo ocupado por tribos que falavam o tupi. Daí que ela foi a primeira língua aprendida por navegadores, aventureiros, colonizadores e missionários. E isso levou a uma visão preconceituosa com as nações chamadas tapuias, os grupos não tupis, pois como falavam línguas que os portugueses não compreendiam, acabaram sendo chamados de povos de “língua travada”. Os missionários não apenas aprenderam muito bem o tupi, como chegaram a elaborar uma gramática. Mas com a convivência entre nativos e portugueses, desenvolveu-se uma língua, que ficou conhecida como língua geral. Curioso, para não dizer trágico, é que esses religiosos utilizavam essa “língua geral”como meio de comunicação mesmo com tribos que falavam outras línguas. Ou seja, a “língua geral” acabava sendo imposta, daí que várias tribos indígenas acabaram aprendendo o tupi...com os jesuítas. tupi-guarani da costa – início do século XVI Importante ressaltar é que a classificação dos indígenas do Brasil em tupis e tapuias teve origem, talvez, com os tupis e foi assimilada pelos portugueses. Certamente que esse não é o ponto de vista dos próprios índios denominados tapuias ou de como eles entendiam suas diferenças. Entretanto, por mais paradoxal que pareça, essa distinção em dois grandes grupos foi assimilada pelos portugueses a partir do “preconceito” que os tupis tinham em relação às nações não-tupis, os tapuias eram formados por diversas tribos, completamente diferentes umas das outras. De forma geral, as informações passadas pelos
cronistas dizem respeito quase sempre aos tupis e quase nunca
a outras tribos. E é
exatamente essa
falta de informação
que levou diversas
pessoas, de
pintores a
escritores, a atribuir
hábitos tupis a
tribos não-tupis,
como a
antropofagia, por
exemplo.
Povos indígenas
no Brasil à época
da chegada dos
europeus
Uma Sociedade Guerreira
Quando da chegada dos portugueses, as tribos tinham
relações diversificadas umas com as outras. Entretanto, um
aspecto chamou a atenção e intrigou os lusitanos: os índios
viviam em constante estado de guerra. Conflitos entre tribos de
etnias diferentes ou até entre etnias próximas ou aparentadas
eram constantes. Essa situação, para o europeu, era difícil de
entender. Américo Vespúcio, por exemplo, se perguntava por
que os índios lutavam se eles não tinham propriedades, nem
reinos ou senhores para defender?
Guerra tupinambá, na
gravura de Theodore de
Bry
Por que a Guerra?
A verdade é que
ainda hoje não está
completamente
esclarecida a razão das
guerras indígenas. Várias
hipóteses foram
levantadas, desde a
pilhagem até a vingança. Alguns cronistas da época
consideravam que elas ocorriam por vingança. André Thevet,
NOSSO SITE: www.portalimpacto.com.br
CONTEÚDO - 2010
REVISÃO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!
por exemplo, afirma que “todas as suas guerras não se devem
senão a um absurdo e gratuito sentimento de vingança”3. Alguns
estudiosos chegaram a concordar com Thevet, considerando
que a vingança pelos antepassados mortos era uma forma de
integrá-los ao mundo dos vivos.
Ora, é interessante observar que nações indígenas iam a busca
de novos territórios, provavelmente porque o território antigo
sofria ameaça de esgotamento de recursos, levando a tribo ao
risco da fome. Esse deslocamento poderia resultar na expulsão
de outras nações indígenas da área conquistada. É o que pode
ter ocorrido quando os tupis-guaranis desalojaram os “tapuias” e
os empurraram para o interior. Porém, observe que esse
expansionismo não resultou em submissão e nem na destruição
dos derrotados. que não foram transformados em escravos e
nem submetidos a quaisquer tipos de trabalhos forçados. Além
disso, a conquista não resultava em mudanças nas estruturas
sociais. No caso dos tupis e tapuias, por exemplo, observa-se
que eles continuaram vivendo em uma sociedade igualitária e
guerreira.
Veja, a sociedade indígena é igualitária na sua
essência e na compreensão de si mesma. Assim, a submissão
do inimigo à escravidão, por exemplo, comprometeria esse
igualitarismo. Do mesmo modo, a exterminação dos inimigos
não faz sentido dentro da lógica da guerra indígena, pois a falta
de inimigos, caso fossem eliminados, faz do guerreiro um sujeito
sem função, visto que não teriam a quem combater. É lógico
que isso não quer dizer que não havia mortes nos conflitos.
Havia, e brutais. Mas esse não era o objetivo final da guerra O
historiador Luiz Koshiba diz que “a guerra indígena não poderia
redundar na completa aniquilação do inimigo, pois, como
guerreiros, os índios só podiam existir uns contra osoutros.”4
Quem decidia a guerra era um conselho formado por
anciãos e pelos guerreiros mais valentes. Para que os homens
se entusiasmassem com a guerra, um chefe escolhido pelo
conselho conclamava durante horas as glórias dos
antepassados. Quando partiam para a guerra, a preocupação
não era buscar riquezas, como já se viu, mas conseguir o maior
número de prisioneiros.
Os Prisioneiros e a Antropofagia
O guerreiro que fosse capturado era levado amarrado
para a aldeia. Ao percorrer a aldeia era ameaçado e insultado.
Depois ele era colocado, segundo Gândavo, “numa casa, e junto
da estância daquele que o cativou lhe armam uma rede”. Aí
param as ofensas.
A decisão se o cativo seria sacrificado, trocado ou
doado poderia durar cercas de um ano. Enquanto isso, deveria
ser bem tratado, podendo até receber uma companheira. Nesse
tempo, seria alimentado e engordado.
Decidida a execução, aldeias vizinhas eram convidadas
para a festa, onde seria servido o cauim, bebida fermentada
feita de mandioca ou milho cozido. Nos dias que antecediam a
execução, anfitriões e convidados bebiam e dançavam.
Escolhia-se, então, o executor, que era todo pintado e enfeitado,
assim como o prisioneiro, que era levado para o centro da aldeia
e amarrado por duas cordas pela cintura. Mas com mãos e pés
livres, para poder arremessar pedras e outros objetos em seus
algozes. Era uma maneira de demonstração do valor do
guerreiro e do destemor da própria morte. O cativo então era
semiimobilizado
e
sacrificado com
um golpe de
tacape na
cabeça.
Momento festivo da
erimônia de execução
do prisioneiro
(Gravura de Théodore
de Bry)
Tudo era aproveitado. O corpo, depois de esquartejado,
era dividido entre os participantes. Os pedaços eram colocados
numa espécie de girau e moqueados. O miolo, as tripas e a
gordura eram para fazer uma espécie de mingau, servido para
velhas e crianças. Gândavo diz que “todos comem carne
humana dos inimigos e tem-na pela melhor iguaria de quantas
pode haver.”
A execução deve ser compreendida como um ritual
guerreiro ou, pelo menos, como perpetuador do espírito
guerreiro. Ali não é sacrificado um simples prisioneiro, mas um
valoroso guerreiro. Daí que, na cerimônia, ele é provocado, para
que demonstre seu valor. A reação do cativo, através de
atitudes de arrogância, como lembrar que matou e comeu vários
parentes de seus executores, era uma atitude de coragem e
bravura, como se o espírito guerreiro suplantasse a própria
morte.
“Contudo, dizer que a guerra reaviva a cada momento a
coragem do guerreiro é ainda dizer pouco. No essencial, trata-se
da sempre renovada demonstração de que, enquanto existir o
guerreiro, não haverá medo da morte. E um homem que não
teme a própria morte é impossível de ser dominado. A morte,
para o guerreiro, será sempre preferível a qualquer forma de
servidão. Eis porque a guerra e o guerreiro tornam-se a chave
da reprodução ‘indivisa’, assegurando a igualdade”5
Nesse sentido, esquartejar e depois devorar o guerreiro
significava que ele não fora abandonado para ser comido por
bichos ou deixado apodrecer pelo tempo. Os inimigos que o
devoravam reconheciam nele o valor sublime do guerreiro.
Fernão Cardim conta que testemunhou um índio afirmar que
preferia ser devorado pelos seus inimigos a ser “comido pelos
bichos”.
Trabalho e Tempo Livre
O navegador Américo Vespúcio esteve em uma aldeia
indígena e escreveu o seguinte:
“Em cada casa destas (as malocas) vivem todos muito
conformes, sem haver nunca entre eles nenhumas diferenças:
antes são tão amigos uns dos outros, que o que é de um é de
todos, e sempre e qualquer coisa que coma, por pequena que
seja, todos os circunstantes hão de participar dela.”
A quase inexistência de bens privados entre os índios
impressionou os europeus. Apenas suas armas e enfeites eram
bens pessoais, todo o resto era partilhado, especialmente os
produtos da caça, pesca e coleta. O fato de possuírem poucos
bens facilitava os deslocamentos, quando as comunidades
precisavam encontrar lugares melhores para viver.
Mesmo vivendo basicamente da coleta (caça, pesca,
etc.), os tupis-guaranis plantavam mandioca, além de milho,
cará e batata-doce. Também cultivavam abacaxi, algodão e
tabaco. Mas nunca formavam estoques além de suas
necessidades.
As tarefas eram divididas por sexo. Aos homens cabia
caçar, pescar, cortar lenha, construir canoas e cabanas, além de
limpar o terreno para a lavoura, mas, principalmente, a função
guerreira. As mulheres, por sua vez, plantavam, colhiam,
preparavam a comida, fiavam, teciam, faziam cestos e potes,
colhiam frutos e raízes, além de cuidar da casa e das crianças.
As sociedades indígenas são chamadas “sociedades
do tempo livre”, ao contrário das “sociedades do trabalho”
europeias. Os princípios são diferentes. Os indígenas
estranhavam a obstinação pelo trabalho dos portugueses. Para
eles (os índios), no máximo cinco horas de trabalho diário eram
suficientes para obtenção de alimentos. Os portugueses, por
sua vez, acabaram dando origem a uma visão preconceituosa
dos indígenas, especialmente dos homens, não apenas porque
desempenhavam funções, digamos, mais leves que as das
mulheres, mas também porque não se alinhavam com a rigidez
disciplinar que os portugueses queriam lhes impor. Na realidade,
os europeus não conseguiam compreender a natureza da
sociedade indígena.

 

ÁFRICA: BERÇO DA HUMANIDADE E DO CONHECIMENTO

 

http://www.atividadeseducativas.com.br/atividades/2092_africa_info.swf

O OBJETIVO DA ATIVIDADE É:

CONHEÇER UM POUCO MAIS SOBRE A CULTURA E AS TECNOLOGIAS DOS POVOS AFRICANOS QUE HABITAVAM O CONTINENTE AFRICANO  QUANDO SE INICIOU O PERÍODO COLONIAL.

COMO?

CLIK NO LINK ACIMA. APÓS ABERTO EXPLORE-0 ATENTAMENTE  E ANOTE EM SEU CADERNO:

·        AS INFORMAÇÕES SOBRE A ÁFRICA HOJE (LADO DIREITO DA PÁGINA);

·        SEGUINDO AS INSTRUÇÕES NA TELA (À ESQUERDA) ANOTE O NOME DAS CULTURAS QUE APARECER, E AS INFORMAÇÕES CORRESPONDENTES CONTIDAS NO APLICATIVO DE ACORDO COM A SEGUINTE ORDEM:

 

ü  ESTADO ZULU

ü  IMPÉRIO DE MONOMOTAPA

ü  VALE DA GRANDE FENDA

ü  REINO DO CONGO

ü  REINO DE ABOMÉ

ü  REINO DE ACHANTI

ü  IMPÉRIO DE SONGAI

ü  IMPÉRIO DE MALI

ü  IMPÉRIO DE GANA

 

·         COPIE A LINHA DO TEMPO.

 

 

A história da América e dos povos indígenas (conquistas, relações sociais de poder e cultura);

Brasil colônia: conquista administrativa colonial portuguesa, expansão territorial, economia e sociedade colonial (pau-brasil, ciclo açucareiro, comércio, monopólio português);

As revoltas anti-coloniais;

Brasil Holandês;

Mineração (formação da urbanização-cidades);

História da África e dos povos africanos (a formação do povo, organização política, a condição de escravo, impacto e contribuição cultural, econômica e social).